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Terça-Feira, 20 de abril de 2021 |
02-03-2021 |
Dia da Vida Selvagem convida à reflexão sobre planos de ação em situação de desastres |
Medidas de emergência devem focar a prevenção de desdobramento que causam sofrimento animal e comprometem a biodiversidade Recentemente o Brasil registrou desastres com imensuráveis perdas à biodiversidade, a exemplo dos incêndios no Pantanal (MT), que aumentaram em 210% em 2020, na comparação com 2019, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esta realidade pode parecer distante da do estado de São Paulo (SP), entretanto, a vida selvagem em terras paulistas também requer, de forma iminente, ações preventivas e de contenção de impactos. “Isso porque áreas remanescentes de importantes biomas que se estendem por SP, como é o caso da Mata Atlântica, estão vulneráveis a ações humanas, como urbanização e expansão agropecuária indiscriminadas”, diz a méd.-vet. Elma Pereira dos Santos Polegato, presidente da Comissão Técnica de Saúde Ambiental do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CTSA/CRMV-SP). Prova desta vulnerabilidade são os dados publicados pela SOS Mata Atlântica em outubro do ano passado, apontando áreas queimadas no Estado cuja soma é equivalente a 1,2 mil campos de futebol. “A maior pressão vem da expansão urbana. Ano passado houve muito impacto em decorrência de incêndios e o que vemos é um cenário complicado e muito complexo para ser revertido”, diz o gerente de Restauração Florestal da SOS Mata Atlântica, Rafael Bitante. São Paulo possui pouco mais de 2,3 milhões de hectares do bioma, o que corresponde a apenas 12,4% da mata original no Estado, ainda segundo dados referentes a 2019 da Fundação SOS Mata Atlântica. Entre as espécies abrigadas pela mata estão diversas ameaçadas, como onça-pintada, tamanduá-bandeira e mico-leão-dourado. Fogo pode dizimar populações inteiras de espécies Segundo o méd.-vet Fabrício Braga Rassy, presidente da Comissão Técnica de Médicos-veterinários de Animais Selvagens (CTMVAS) do Conselho, os incêndios são um grande terror para a fauna. “Alguns animais atingidos pelas chamas ou pela falta de alimentos no pós-fogo estão sob ameaça em todo o País, outros, podem existir apenas nas regiões afetadas.” Profissional de longa trajetória com animais silvestres, com experiência em resgate e reabilitação, atualmente à frente da Divisão de médicos-veterinários da Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP), Fabrício frisa que, com frequência, as sequelas em animais feridos são irreversíveis, o que inviabiliza o retorno à natureza. “Planos de redução do impacto a essas vidas são cruciais.” Plano de ação requer engajamento O argumento do méd.-vet. Leonardo Maggio de Castro, que é de SP e integra a Comissão Nacional de Desastres em Massa Envolvendo Animais do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), vai na mesma direção do de Rassy. “Os governos e a classe médica-veterinária devem se articular para um plano de ação específicos aos animais em situações extremas.” Castro frisa a importância do preparo para gestão de crise e para aplica o Plano nacional de contingência de desastres em massa envolvendo animais do CFMV, com diretrizes que aumentam as chances de preservar a vida de animais e a continuidade das espécies em caso de deslizamentos, incêndios, rompimento de barragens e vazamento de óleo em rios e mares. Planos regionais são mais assertivos No que diz respeito à mobilização da classe, o CRMV-SP já iniciou tratativas para a criação de uma comissão voltada à Medicina Veterinária de Desastres, o que será primordial para que médicos-veterinários contribuam para com o mapeamento de situações específicas das cidades do Estado e criem, então, um plano estadual. “Os médicos-veterinários podem garantir as melhores estratégias com foco na vida animal, com base em técnicas, protocolos e condutas profissionais, assim como médicos e bombeiros atuam para preservar a vida humana, no preventivo e nas situações críticas”, frisa Castro. |
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